- Ó pá! Já trazes luvas?? Olha lá,
não era melhor teres o trabalho todo de uma vez e equipares-te todo?
- Ó meu, estou sem vontade nenhuma.
Dá muito trabalho. Hoje é segunda feira… e o meu trabalho é certinho… não há
problema. Tasse bem!
- Tu lá sabes. Mas olha que o Snr.
Tomé quando te vir assim…
- Nááá… tasse bem!
O colega do Raza que trabalhava na
banca ao lado, todo equipado e de máscara de soldar na mão preparava-se para
começar a soldar uma cuba de ferro.
Após esta troca de palavras, pegou
na máquina de soldar e concentrando-se, começou o seu trabalho.
Raza, dirigiu-se à sua banca, e
preparou-se para começar a trabalhar.
- Com isto tudo aqui em cima, nem
tenho espaço para trabalhar… Humm … vou pôr tudo no chão.
E se assim pensou, melhor o fez. Pegando
em dois tubos de cada vez, começou a empilhá-los no chão, entre a sua banca e a
do Frederico ao seu lado que soldava, bem protegido e concentrado.
Como alguns tubos rolassem para o
lado de Frederico, Raza, colocando-se de costas para Frederico, tentou repor os
tubos na pilha que estava a fazer. E não se apercebeu que as faúlhas da máquina
de soldar do colega, saltavam para si. De facto, só quando algumas, mais
fortes, lhe queimaram as calças no bolso de trás, é que Raza se apercebeu
disso.
Preocupado, correu para o vestiário,
baixou as calças e verificou os estragos:
- Não acredito! Estraguei o bolso das
calças. E as calças novinhas… Eu a vesti-las hoje pela primeira vez, depois da
minha Alfredina lhes ter composto a bainha… Valha-me Deus! As minhas calças…
Despiu então as suas calças novinhas
a estrear, já estragadas, e vestiu as
calças de trabalho.
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